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Prefeitura quer elevar aeroporto à categoria de terminal para “grandes cargueiros”

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O prefeito de Londrina, Marcelo Belinati, apresentou na manhã desta segunda-feira (12), medidas para promover avanços na economia local e regional por meio da ampliação do Aeroporto Governador José Richa. Entre elas, a assinatura de Decreto Municipal que torna Área de Utilidade Pública, para futura desapropriação, as propriedades localizadas no entorno da pista de decolagens e a ampliação da Zona Especial Aeroportuária para instalação de Complexo Aeroportuário. O objetivo é elevar a categoria operacional do terminal para grandes cargueiros e abrir a possibilidade de instalação de uma base operacional para companhias aéreas internacionais, além da criar um Complexo Aeroportuário. As tratativas acontecem para já incluir o novo projeto no processo de privatização de aeroportos, em tramitação no governo federal. Caso isso não seja possível, o Município trabalhará em frentesM para atrair investimentos da iniciativa privada.

“É um projeto ambicioso, que prevê um aeroporto de cargas regional, que pode mudar o perfil da nossa região e tornará Londrina ainda mais fortalecida como protagonista de desenvolvimento econômico. Toda uma janela de oportunidades se abre, porque o governo federal está privatizando os aeroportos da região Sul e o de Londrina está incluído nas mudanças. Desejamos que a Infraero já inclua o novo modelo na licitação’, explicou Marcelo. Estudos técnicos estão sendo realizados pelas empresas contratadas pela Secretaria da Aviação Civil da Presidência da República (SAC), para a análise do potencial da nova concessão do Aeroporto Governador José Richa,

Durante o anúncio, o assessor para Assuntos Estratégicos do município, Luiz Figueira de Mello, apresentou o projeto preliminar, homologado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC). Com visão de desenvolvimento sustentável, de modo articulado e integrado, a iniciativa considera que o aeroporto é a âncora do Plano Estratégico de Desenvolvimento Regional. Ele criará conectividade com diversas partes do mundo, permitindo a troca de mercadorias e serviços de maneira rápida.

Foto: Vivian Honorato

“Os aeroportos são, no século 21, o que os outros modais foram nos séculos passados, como portos, ferrovias e rodovias. Os grandes investidores nacionais e internacionais, consideram os aeroportos regionais como grandes estruturas indutoras de desenvolvimento transformador da realidade, que potencializa a economia suprarregional e dá novas oportunidades ao setor logístico mundial. É uma janela de oportunidade para Londrina”, explicou Mello.
A intenção é que os ativos existentes em Londrina e na região norte do Paraná sejam valorizados, gerando um novo ciclo de desenvolvimento econômico e social e oportunizando a criação de novos postos de trabalho, emprego e renda.

Mudanças – O novo projeto traz a ideia da criação de um HUB aéreo logístico com um Complexo Aeroportuário. Ele engloba a mudança da categoria do aeroporto para a classe de operação de grandes cargueiros. Também prevê a instalação de uma empresa aérea internacional de aviação civil, que poderá fazer sua base operacional para América Latina e para o Brasil, partindo de Londrina, o que possibilitará a movimentação de cargas e passageiros nacionais e internacionais.

A ampliação da pista de 1.760 metros para 3.500 metros de tamanho considerando de um ponto de pouso até a outra extremidade, assim como a ampliação das cabeceiras da pista de 300 metros para 1.000 metros, também estão previstas e permitirão mais segurança de voo e aumento do cone de aproximação para pouso.

A ideia também é criar espaços para a instalação de um Parque Industrial, um Parque Logístico, um Centro de Pesquisas, um Hospital Internacional e atividades complementares que agregam atratividade para a região. A mudança do Plano Básico de Zoneamento de Proteção Aeroportuária também está contida no projeto e possibilitará a construção de edificações mais altas, nas proximidades do aeroporto.

Tudo isso permitirá pousos e decolagens seguras para grandes aeronaves a plena carga, além de voos internacionais sem escala e verticalização da cidade em áreas que hoje estão limitadas.

Marco Legal – Os investimentos para a execução do projeto serão privados e cabe ao governo criar os marcos legais para que isso seja possível. Por isso, o prefeito Marcelo Belinati assinou hoje o Decreto Municipal para a criação Área de Utilidade Pública e ampliação da Zona Especial Aeroportuária.

Com esse marco legal amplia-se a zona aeroportuária, com áreas de proteção ambiental conforme os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS), em mais 1.100 hectares, sendo que hoje ela é de 160 hectares. Assim, a área do aeroporto será mais atrativa que os demais municípios semelhantes, e poderá atrair investidores nacionais e internacionais. Essa proposta de ampliação já foi apresentada ao Ministro de Infraestrutura, Tarcísio Freitas, no final de julho deste ano, em reunião articulada pelo Deputado Federal Filipe Barros.

De acordo com a presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Cláudia Romariz, o grupo apoia a ideia e já desenvolveu vários estudos sobre a ampliação e modernização do aeroporto, por isso vê com bons olhos a iniciativa que está prevendo o estímulo ao crescimento de uma cidade inteligente, moderna e sustentável.

“A questão do aeroporto, na vertente de se tornar um HUB de investimentos e logística internacional, é super interessante, porque o aeroporto é um agente de desenvolvimento econômico estratégico para as cidades. Se tiver isso em Londrina, se terá um olhar diferenciado do mundo para a cidade e os investimentos olham para o Brasil com muita atenção, ainda mais em uma região onde o agronegócio é fortalecido e estratégica para atrair esses aportes, vamos fazer com que o desenvolvimento aqui acelere muito, para isso precisamos que vários segmentos conversem”, disse Cláudia.

Cronograma – O processo licitatório para as obras está previsto para o próximo ano, com expectativa de publicação do vencedor do certame para outubro de 2020. Segundo os técnicos municipais, a previsão é que o aeroporto esteja sob novo comando no primeiro trimestre de 2021.

As empresas interessadas em participar do processo licitatório deverão levar em conta, nas análises de mercado, o potencial de desenvolvimento do Aeroporto de Londrina, por meio da sugestão feita pela Prefeitura. Segundo Mello, o governo federal já contratou oito empresas especializadas para fazer o estudo e a avaliação dos aeroportos brasileiros que serão privatizados. Elas foram convidadas a conhecer Londrina e a proposta, que agregará atratividade e interesse para as empresas.

Investimentos – Os investimentos atuais giram em torno de R$ 200 milhões, mas com a ampliação do projeto eles poderiam somar até R$ 1 bilhão investidos em Londrina e levariam aproximadamente 10 anos. O vice-presidente do Sinduscon, Gerson Guariente, acredita que, em um cenário pessimista, o crescimento estimado seria de 3,5 vezes maior do que o atual e num cenário otimista chegaria a 5 vezes mais. Isso giraria em torno de R$ 750 milhões podendo chegar a R$ 1 bilhão.

Por isso, para Guariente, Londrina tem grande potencial de crescimento e que pode atrair olhares dos empresários e investidores que vão concorrer nos processos de concessão, por isso a importância de se realizar o debate com a sociedade civil organizada. “A articulação que estamos fazendo é no sentido de mostrar a potencialidade do aeroporto de Londrina e sacramentar um compromisso que a Infraero tinha com a cidade. Estamos tentando mostrar que existe uma possibilidade real e factível para a concessionária que for participar da concorrência, para que olhe o aeroporto com outros olhos, e veja a capacidade de crescimento muito grande e a oportunidade de um grande negócio”, ressaltou.

Atrativos de Londrina – Londrina ocupa uma posição estratégica no norte do Paraná e no país, pois está localizada em uma região que abarca 70% do PIB nacional. Em relação à América do Sul, a cidade localiza-se em um raio de 1,5 mil km de distância dos maiores centros econômicos da região, englobando 70% de todo o PIB sul-americano. Isto, sob o ponto de vista de locomoção aeronáutica, é considerado uma distância próxima. Com relação à população, em um raio de 100 km de distância, englobam-se 2,2 milhões de pessoas. Aumentando-o para 200 km, chega-se a 4,8 milhões de habitantes, que vivem com uma economia diversificada e dinâmica, com grande potencial de crescimento. (Fonte: Prefeitura/Ncom)

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