Apesar de ter imunizantes seguros, eficazes e em quantidades suficientes, muitos pais estão deixando de vacinar os filhos. Além dos perigos individuais, a baixa cobertura vacinal também pode gerar impactos significativos na saúde pública e colaborar para a reintrodução de doenças imunopreveníveis que estavam praticamente erradicadas ou sob controle.
Segundo o relatório do Unicef e da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2024 o Brasil teve 229 mil crianças que não tomaram a DTP1 (que protege contra difteria, tétano e coqueluche). Os números colocaram o Brasil na 17ª posição no ranking mundial. Uma combinação de fatores pode explicar as razões que levam muitos pais a não vacinar os próprios filhos. A principal é a isseminação de informações falsas ou enganosas nas redes sociais.
“O retrocesso se deve à desinformação crescente sobre a segurança dos imunizantes, à interrupção no fornecimento e à falsa sensação de que as doenças não representam mais riscos”, explica a mestre em Promoção da Saúde e professora no Centro Universitário de Campo Mourão (PR), Greice Nogueira. Outros fatores como a negligência, o abandono de doses e falhas na busca ativa pelos imunizantes também contribuem para baixa cobertura vacinal.
Riscos e punições
A especialista em saúde adverte que a não imunização expõe crianças a doenças evitáveis como oqueluche, varicela, pneumonia grave, podem levar à hospitalização e até morte. Já os adultos ou responsáveis podem sofrer punições. “A vacinação infantil é obrigatória no Brasil desde 1975. Quem descumpre essa norma pode ser enquadrado por negligência ou maus-tratos, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)”, complementa Greice Nogueira. Segundo informações do Ministério Público do Paraná, em caso de inobservância da norma existe a possibilidade de aplicação de multa aos pais (de 03 a 20 salários mínimos) que pode ser dobrada em caso de reincidência.
Ainda pode haver outras sanções como a decretação de reflexos restritivos no exercício do poder familiar, de medidas de proteção e até mesmo a configuração de crimes previstos no código penal como abandono, tentativa de homicídio, homicídio e delitos contra a saúde pública.
Eficiência comprovada
Nos últimos 50 anos as vacinas desempenharam um papel central na redução da mortalidade infantil, espondendo por 40% da queda global dessa estatística. Segundo o Anuário VacinaBR: Relatório Estatístico de Vacinação no Brasil, desde 1974, os imunizantes evitaram 154 milhões de mortes; 95% delas entre crianças menores de 5 anos. O Anuário reúne dados publicados pelo Ministério da Saúde e pelo IBGE, que disponibiliza, de maneira consistente e regular, informações sobre a imunização no país tais como taxas de cobertura, abandono e histórico de cobertura por doenças.
Dúvidas comuns
Para esclarecer a população sobre a segurança e a eficácia dos imunizantes, a mestre em Promoção da Saúde e professora no Centro Universitário de Campo Mourão (PR), Greice Nogueira, responde às dúvidas comuns.
1) As vacinas são seguras e eficazes?Sim. Vacinas são uma das intervenções em saúde pública ais eficazes e seguras já desenvolvidas, responsáveis pela erradicação ou controle de muitas doenças graves. A evidência científica é esmagadora em favor de sua segurança e eficácia.
2) Existe um processo de testes que garante segurança e eficácia dos imunizantes? Sim. As vacinas passam por várias fases de ensaios clínicos (pré-clínicos, fase 1, 2 e 3), além de rigorosos controles regulatórios antes de serem aprovadas para uso; garantindo eficácia e segurança.
3) Existe vacina suficiente para todas as crianças do Brasil? Sim. O Programa Nacional de Imunizações (PNI) garante o fornecimento gratuito das vacinas previstas no calendário infantil e em 2025 houve aumento de cobertura em 15 das 16 vacinas, indicando disponibilidade do imunizante. 4
) Há locais adequados e profissionais aptos para aplicar as vacinas no Brasil? Sim. As vacinas são aplicadas nas Unidades Básicas de Saúde por equipes capacitadas. O PNI garante infraestrutura, técnicos qualificados e processos adequados de conservação e aplicação.
5) Que problemas de saúde podem ocorrer quando os pais não vacinam os filhos? A não vacinação expõe as crianças a doenças evitáveis como coqueluche, varicela, pneumonia grave, que podem levar à hospitalização e até morte.
6) Existe punição para quem espalha mentiras sobre vacinas? A disseminação de fake News – inclusive sobre vacinas – pode ser tipificada como crime, conforme vêm reconhecendo entidades jurídicas no combate à desinformação.
7) O que falta ser feito para que os brasileiros vacinem mais as crianças? É preciso investir em campanhas de esclarecimento, ampliar horários de atendimento (horário estendido, fins de semana), levar vacinas a locais públicos – como escolas e transporte coletivo – e resgatar figuras simbólicas como o “Zé Gotinha” para mobilizar a população.
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