CICLO promove Festival online de Teatro

De 04 a 13 de dezembro, acontecem vários eventos online nos “Giros do CICLO”, mais uma edição do “Rever a Volta” – a ação que coloriu a fachada do Edifício Julio Fuganti em novembro; e dois encontros online do “Cartão de Visitas”.

O CICLO é um projeto da Palipalan Arte e Cultura, aprovado pela Lei Federal de Incentivo à Cultura e em fase de captação. Um festival multidisciplinar, com o apoio institucional da Secretaria Municipal de Cultura de Londrina, da Superintendência Estadual de Cultura e com a Folha de Londrina e RIC Record TV como media partners. É um movimento redesenhado a muitas mãos a partir da crise criada pelo Coronavírus.

Uma tribuna aberta à discussão, à alegria, à beleza e ao pensamento. “Um convite a enxergar, com outros olhos, as mudanças que se apresentam acerca do que é o ser humano a partir de agora e os desafios contemporâneos”, afirma Maria Fernanda Coelho, uma das idealizadoras. “Diante do novo cenário mundial, o projeto CICLO se contamina e dissemina cultura, propondo uma forma positiva de contágio pela arte, abrindo janelas e possibilidades pra quando essa tempestade passar”, completa Patricia Braga Alves. Ambicioso, fora do comum, inclusivo e contagiante, o CICLO vem para somar à rica cena de festivais das mais variadas artes que animam o calendário cultural em Londrina há décadas.  

No dia 04 de dezembro, no canal do CICLO no YouTube estreia a mostra de espetáculos online, batizada de “Giros”. A escolha do nome tem tudo a ver com uma das características do CICLO: aquela de ser um movimento, em constante construção. Os grupos participantes estão divididos em quatro “Giros”: o Giro Tradição, com a presença de espetáculos do mítico Odin Teatret, da Dinamarca (foto), do Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards (Itália) e do Teatro Potlach (Itália); estes últimos também assinam a coprodução do CICLO 2020/2021.

Os giros continuam com uma seleção de grupos da América Latina, no “Giro Internacional”, do Brasil, no “Giro Nacional” e de Londrina, no “Giro Local”, até dia 13 de dezembro. A escolha desses grupos participantes foi feita pelos de curadores do CICLO, equipe formada por Ney Piacentini, Valmir Santos, Stela Fischer e Rogério Francisco Costa. Todos os espetáculos ficam disponíveis no canal do evento por 24 horas de forma gratuita: http://bit.ly/CircuitodeArteseConceitos.

Os Giros do CICLO ainda contam com o apoio do Odin Teatret, Casarini Produções, Visualitá Casa de Design e Kinopus/Dramátika. A classificação indicativa de cada espetáculo pode ser consultada no canal YouTube do CICLO. Todos os espetáculos do Giro Tradição são legendados pela Casarini Produções e a direção de transmissão é da Kinopus/Dramátika.  

OS GIROS – A partir da indicação da equipe de curadores, o CICLO traz um recorte da produção londrinense no Giro Local.A intenção é ampliar os horizontes destes espetáculos e coletivos, levando-os a serem vistos por um público diverso nacional e internacional, participantes da rede que estamos criando com empenho e paixão.  “Londrina sempre terá seu lugar no mapa mundi das artes cênicas com a força de um passado que ainda pulsa e a resistência de artistas que ocupam ruas, teatros e salas experimentais intermitentemente. A produção local justifica a criação do CICLO, esta base sólida e múltipla dá sentido ao nosso movimento que festeja as artes cênicas”, afirma Maria Fernanda Coelho.

Com os Giros Nacionais, se apresenta um desenho entremeado por linguagens e necessidades diversas que o tempo atual exige da arte, continua. “Um desenho entremeado por linguagens e necessidades diversas que o tempo atual exige da arte. O ligação atávica com a América Latina aparece de forma potente nos textos de Eduardo Galeano no Abrazo do potiguar Clonws de Shakespeare. Já os atuadores do Ói Nóis Aqui Traveis nos lembram das viúvas que lutam pelo direito de saber onde estão os homens que desapareceram.

O Teatro de Caretas do Ceará vem com o resultado da pesquisa sobre teatro de rua, no percurso dessa experiência tiveram encontros com Miguel Rúbio do Grupo peruano Yuuaschani. A Cia. de Teatro de Heliópolis nos mostra o julgamento de um jovem negro cuja comunidade aposta em sua inocência ao contrário da (in) justiça que tenta condená-lo, realidade que explode das periferias de São Paulo. O Giro nacional pulsa nossa sensação urgente de pertencer a um continente que de alguma forma tentaram nos roubar. Somos todos um só nas ruas e tablados”, afirma Maria Fernanda. 

Um olhar para além das fronteiras nacional, leva o CICLO e o seu público para o Giro Internacional que  mergulha no resgate da memória, da oralidade, da linguagem, da cosmovisão e da cultura do povo indígena e da defesa dos direitos humanos por meio das artes cênicas.  “Com a participação de coletivos da Bolívia, Chile e Guatemala vemos uma oportunidade de manter o que é nosso mesmo, mas que nem sempre soubemos. Quando nos deparamos com essas obras algo dentro de nós grita por (re)conhecimento. O CICLO se identifica e reflete nosso continente”, diz Patricia Braga Alves.

No Giro Tradição, ela diz se sentir em casa, apesar da programação ser inquietante, também é acolhedora. “O Giro Tradição nos apresenta referências do antes e depois de experiências tão importantes que se eternizaram no campo das artes cênicas. O Odin Teatret da Dinamarca tem com a Palipalan um forte laço de afeição profissional e de vida. Ter ao nosso lado Eugenio Barba, o pai da antropologia teatral, e sua trupe, é no mínimo uma honra, afinal Barba nos ensinou e ensina tanto e sempre.

O Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards com sua generosidade, oportuniza ao público obras raras e nos indica a força da manutenção, com suas variáveis, da tradição do Mestre Jerzy Grotowski. Pino di Buduo e seu staff do Teatro Potlach nos brindam com um documentário a respeito do seu incrível projeto Cittá Invisibili, construído em tempos de pandemia e isolamento social com a genialidade de sempre. A tradição nos guia e nos leva para um futuro, que esperamos que seja tão fértil como o passado em constante construção pelas mãos destes três coletivos”, completa.   

CARTÃO DE VISITAS – No dia 05 de dezembro, acontece a reunião, via plataforma Zoom, “Mulheres Negras na Roda do Centro do Mundo – Aquilombar É Preciso”, um encontro piloto, apenas para convidadas, onde o CICLO junto com o Open Program – Workcenter of Jerzy Grotowski and Thomas Richards e a Plenária de Mulheres Negras do Norte do Paraná, recebem mulheres negras de várias partes do Brasil e do mundo para uma roda de conversa, escuta e acolhimento. O evento, que faz parte do “Cartão de Visitas”, uma das ações do CICLO, é restrito e servirá para desenhar uma próxima ação em 2021.  

PROJEÇÕES – No dia 09 de dezembro, o CICLO faz um grande presente à Cidade com o “Rever a Volta”, uma projeção artística na fachada do Edifício Julio Fuganti. Mais uma vez, a equipe de curadores selecionou artistas que trazem imagens que convidam à reflexão, um momento de sonho e esperança neste ano que tem exigido tanto de todos nós. Participam do Rever a Volta Juliana Moraes (São Paulo), Denilson Baniwa (Barcelos, Amazonas), Francisco Mallman (Curitiba, Paraná) e Stefano Di Buduo (Itália).  A projeção acontece das 19h às 21h, com a exibição do vídeo em looping. A organização pede ao público que respeito os protocolos de saúde e os decretos vigentes, mantenha o distanciamento e use máscaras. Todos os detalhes da programação serão publicados diariamente na página do CICLO no Facebook (www.facebook.com/circuitoarteconceitolondrina).   

Crédito da foto: Tommy Bay-Odin Teatret Archives

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