Se antes envelhecer significava viver com os filhos ou mudar-se para uma casa de repouso, um novo modelo de moradia começa a transformar essa realidade. Inspirado em experiências que surgiram na Dinamarca nos anos 1970, o conceito de cohousing — comunidades intencionais formadas por casas privativas e áreas compartilhadas — está começando a despontar no Brasil. Cidades como Campinas e Mogi das Cruzes, em São Paulo, Petrópolis, no Rio de Janeiro, além de um modelo rural, no Nordeste, estão entre as primeiras localidades onde os cohousings estão sendo implementados. E Curitiba, no Paraná, é a próxima cidade que terá um empreendimento neste conceito: o Vilarejo Senior Cohousing.
A proposta é simples e revolucionária ao mesmo tempo: oferecer independência com convivência. Voltado para pessoas com mais de 50 anos, o Vilarejo combina moradias individuais com espaços comuns, estimulando a troca, o apoio mútuo e o fortalecimento de vínculos.
“Mais do que um projeto arquitetônico, o Cohousing é uma nova forma de viver a longevidade. Aqui, o luxo não está no mármore ou na piscina aquecida, mas na convivência. É um jeito de envelhecer entre amigos, com propósito e longe da solidão”, explica Tania G. Kopruszinski, arquiteta e uma das idealizadoras do Vilarejo. Segundo ela, a semente do Vilarejo Senior Cohousing, nasceu em plena pandemia, após muita pesquisa e estudos. “Descobrimos que havia um novo conceito no mundo sobre envelhecimento saudável, resgatando a vida em comunidade”, aponta Tania.
Arquitetando o futuro
A arquiteta, que há anos projeta residências, percebeu uma mudança entre seus clientes. “Muitos estavam se aposentando e dizendo que a casa ficou grande demais. Alguns tentaram morar na praia, mas não se adaptaram. Foi quando comecei a pensar: e se houvesse um jeito mais feliz de envelhecer?”, lembra ela.
Durante a pandemia, a arquiteta participou de um primeiro curso sobre cohousing ministrado por especialistas norte-americanas — uma delas envolvida em projetos pioneiros na Dinamarca.
A experiência despertou o desejo de ver o modelo de perto para aprender com quem já vive neste conceito de moradia. “Em 2023, fomos aos Estados Unidos conhecer sete comunidades. Dormimos em cohousings com mais de 30 anos de existência. Foi impressionante ver como as pessoas se apoiam e convivem durante a rotina e as atividades, sempre considerando o respeito às diferenças individuais para a manutenção da harmonia do grupo. Ali percebemos que queríamos trazer isso para o Brasil”, conta Emílio Morschel, também membro fundador do grupo.
Como será o Vilarejo Senior Cohousing
O projeto prevê 20 casas de 60, 80 e 100 metros quadrados, todas térreas e adaptadas. Cada morador terá sua residência privativa, mas compartilhará espaços como a Casa Comum: o coração do cohousing, onde poderá fazer refeições juntos, organizar atividades e fortalecer laços. Além disso, o grupo planeja espaços coletivos como hortas, sala de uso múltiplo e oficina comunitária, onde ferramentas e equipamentos poderão ser usados por todos.
A convivência será guiada pela sociocracia, um modelo de autogestão que substitui a votação tradicional pelo consentimento coletivo. “Queremos construir um ambiente de escuta e cooperação. Cada decisão é tomada em conjunto, desde a cor das paredes até o planejamento da horta. A ideia é viver em comunidade, e não em condomínio”, afirma Tania.
Mudança de paradigma no mercado imobiliário
O Vilarejo Senior Cohousing surge em um contexto em que o Brasil está envelhecendo rapidamente. A proporção de pessoas com 60 anos ou mais quase dobrou entre 2000 e 2023, passando de 8,7% para 15,6% da população. Segundo o IBGE, esse número deve chegar a 37,8% até 2070.
Essa transformação demográfica vem impulsionando novos formatos de moradia e, alguns empreendimentos criados por construtoras, e mesmo residenciais sociais implantados por prefeituras, trazem algumas opções prontas, porém no convencional perfil comercial. Surge agora a evolução da moradia Senior: a criação da comunidade intencional, onde se forma antes um grupo de pessoas com o mesmo objetivo, e juntos fazem acontecer o espaço, pensado para idosos autônomos que desejam viver com conforto, segurança e qualidade de vida. Esta é a essência do conceito do Senior Cohousing.
“Estamos diante de uma geração 60+ ativa, saudável e exigente. Inclusive, muitos ainda continuam no mercado de trabalho por opção. Esse público quer liberdade, quer escolher com quem conviver, e está disposto a investir nisso. O Cohousing é uma resposta contemporânea ao desejo de morar e viver bem e saber que sempre terá alguém na casa ao lado para tomar um café ou para uma boa conversa”, destaca Emílio.
Mais do que uma tendência, o Senior Cohousing representa uma mudança cultural profunda: o envelhecer deixa de ser sinônimo de isolamento e passa a significar pertencimento, comunidade e propósito. Para mais informações sobre o Vilarejo Senior Cohousing, entre em contato pelo telefone: 55 41 99104-7527 ou pelo Instagram @vilarejocohousing.