Com cerca de 547 mil psicólogos registrados até setembro de 2024 segundo o Conselho Federal de Psicologia (CFP), o Brasil se destaca como um dos países com maior número de profissionais da área por habitante: em média, um psicólogo para cada 373 pessoas. A proporção coloca o país entre os líderes mundiais em densidade profissional na psicologia, refletindo uma crescente valorização da saúde mental na sociedade brasileira.A expansão é acompanhada por um interesse cada vez maior dos estudantes.
Nos anos de 2022 e 2023, pela primeira vez, o número de novos ingressantes em cursos de Psicologia ultrapassou 120 mil por ano, segundo dados do CFP, evidenciando a relevância cada vez maior da profissão. Esse crescimento acompanha uma mudança de comportamento da população em relação à saúde mental. A busca por apoio psicológico tem sido impulsionada por uma série de fatores, a exemplo do impacto das redes sociais, crises econômicas, isolamento na pandemia e, mais recentemente, o aumento da visibilidade e do debate público sobre transtornos mentais. Segundo o Google Trends, o Brasil é o segundo país do mundo que mais pesquisa sobre “ansiedade”, e em 2024, o termo foi a palavra mais buscada no país. Dados como esses ajudam a explicar por que a psicologia vem ocupando cada vez mais espaço na vida cotidiana, seja nos consultórios, escolas, empresas ou plataformas digitais.Além da procura, a própria formação do psicólogo passou por importantes transformações.
Em 2023, o Ministério da Educação (MEC) publicou novas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para os cursos de Psicologia, atualizando normas que estavam vigentes desde 2004. O objetivo é alinhar a formação às demandas contemporâneas da sociedade.Para a psicóloga Renata Caveari, coordenadora do curso de Psicologia no Centro Universitário Afya Itaperuna, o perfil do profissional do século XXI precisa ir além da técnica. “O psicólogo contemporâneo deve ser empático, flexível, crítico, reflexivo, ético, atualizado, consciente do contexto social, tecnicamente preparado, digitalmente adaptado e comprometido com a saúde mental individual e coletiva”.
Um levantamento do CFP indica ainda, que 85,7% dos psicólogos brasileiros se consideram realizados com a profissão.O setor também se beneficia das inovações tecnológicas. Um relatório da consultoria Global Market Insights estima que o mercado global de saúde digital atingirá US$ 987 bilhões até 2032, impulsionado pelo crescimento de startups e plataformas voltadas ao bem-estar. No Brasil, a psicologia digital, com terapias online e aplicativos de acompanhamento emocional, tem ganhado terreno como uma alternativa prática e acessível para milhares de pessoas.Em sua lista de carreiras em ascensão, o LinkedIn destacou a psicologia infantil entre as áreas com maior crescimento no país nos últimos cinco anos.
Todo mundo deve procurar um psicólogo?
Nem todo mundo precisa de psicoterapia, mas praticamente todos podem se beneficiar dela em algum momento da vida. Tradicionalmente, o psicólogo é mais procurado em situações de sofrimento emocional persistente, como ansiedade, tristeza, raiva, medo ou culpa, ou diante de dificuldades para lidar com perdas, mudanças, conflitos ou sobrecargas no trabalho e nos relacionamentos. Também é comum buscar apoio profissional em casos de transtornos mentais diagnosticados ou suspeitos (como depressão, ansiedade, burnout ou TDAH), problemas de autoestima, vícios, compulsões, e mudanças de comportamento significativas, especialmente em crianças e adolescentes.Mas é importante lembrar de que não é preciso estar em crise para procurar um psicólogo.
A psicoterapia é uma ferramenta útil, profunda e transformadora e não apenas para tratar sintomas, mas para prevenir sofrimentos futuros, desenvolver autoconhecimento e promover crescimento pessoal.Ainda segundo a psicóloga da Afya Itaperuna, antiga Uniredentor,, a psicoterapia não é apenas um recurso para quem está em sofrimento psíquico intenso ou com algum diagnóstico. Ela também pode ser vivenciada como um espaço de autoconhecimento, prevenção e desenvolvimento pessoal. ”Ao longo da vida, todos passamos por transições, perdas, mudanças e desafios que podem ser melhor elaborados com o apoio de um psicólogo.Nem todo mundo terá necessidade clínica de psicoterapia contínua, mas em algum momento, seja diante de uma crise, de uma dúvida existencial, de dificuldades nos relacionamentos ou até mesmo para potencializar habilidades, quase todos podem se beneficiar dela”.
A especialista da Afya Itaperuna conta que pessoas que iniciam o processo terapêutico mesmo sem sintomas graves frequentemente relatam maior clareza nas decisões; melhoria nos relacionamentos; redução do estresse cotidiano; comunicação mais assertiva e maior consciência e equilíbrio emocional. Tais fatores contribuem diretamente para uma vida mais leve, consciente e com maior bem-estarocional. A psicóloga reforça que a psicoterapia deve ser vista como um recurso de cuidado contínuo, fortalecimento emocional e promoção da saúde mental e não apenas como tratamento. Segundo ela, desmistificar essa prática e incluí-la na rotina, assim como uma alimentação equilibrada ou a prática de exercícios físicos, é essencial.
Sobre a Afya – A Afya, maior hub de educação e tecnologia para a prática médica no Brasil, reúne 38 Instituições de Ensino Superior em todas as regiões do país, 33 delas com cursos de medicina e 20 unidades promovendo pós-graduação e educação continuada em áreas médicas e de saúde. São 3.653 vagas de medicina autorizadas pelo Ministério da Educação (MEC), com mais de 23 mil alunos formados nos últimos 25 anos. Pioneira em práticas digitais para aprendizagem contínua e suporte ao exercício da medicina, 1 a cada 3 médicos e estudantes de medicina no país utiliza ao menos uma solução digital do portfólio, como Afya Whitebook, Afya iClinic e Afya Papers. Primeira empresa de educação médica a abrir capital na Nasdaq em 2019, a Afya recebeu prêmios do jornal Valor Econômico, incluindo “Valor Inovação” (2023) como a mais inovadora do Brasil, e “Valor 1000” (2021, 2023 e 2024) como a melhor empresa de educação. Virgílio Gibbon, CEO da Afya, foi reconhecido como o melhor CEO na área de Educação pelo prêmio “Executivo de Valor” (2023). Em 2024, a empresa passou a integrar o programa “Liderança com ImPacto”, do pacto Global da ONU no Brasil, como porta-voz da ODS 3 – Saúde e Bem Estar.