Em junho, a atividade do varejo físico brasileiro registrou sua maior queda do ano, com retração de 0,8% em relação a maio, segundo o Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian, primeira e maior datatech do país. Para a economista da Serasa Experian, Camila Abdelmalack, o desempenho de junho é um sinal de alerta para o varejo. “Apesar da relativa estabilidade nos meses anteriores, a retração mais forte em junho mostra que o consumo segue pressionado pelo ambiente de juros altos e crédito caro”, analisa. Veja a variação mensal do indicador no gráfico abaixo: |
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O principal responsável pela retração da atividade comercial em junho foi o setor de “Veículos, Motos e Peças”, que registrou queda de 4,0% no mês. Já o segmento de “Material de Construção” não teve alteração em relação a maio. Por outro lado, a maior alta foi observada no setor de “Combustíveis e Lubrificantes”, que avançou 2,8%. Segundo a economista da da datatech, os setores mais sensíveis ao crédito, como veículos e material de construção, foram os mais impactados pelo ambiente de juros elevados, o que contribuiu para o desempenho negativo no mês. “Por outro lado, segmentos como supermercados e vestuário, têm se sustentado graças a um mercado de trabalho ainda robusto e a políticas públicas de suporte à renda”, complementa Camila Abdelmalack. Confira o desempenho completo por setor no gráfico a seguir: |
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Variação anual teve aumento de 3,7% Na comparação entre junho de 2025 e o mesmo mês de 2024, a atividade do comércio físico cresceu 3,7%. Veja, a seguir, a variação anual do indicador com histórico dos últimos 12 meses: |
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Nesta visão anual, o segmento “Material de Construção” teve o maior aumento (6,0%), seguido por “Combustíveis e Lubrificantes” (5,3%), “Tecidos, Vestuário, Calçados e Acessórios” (5,0%), “Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática” (4,9%), “Veículos, Motos e Peças” (2,7%) e “Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas” (2,3%). |
Metodologia O Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio é construído, exclusivamente, pelo volume de consultas mensais realizadas por cerca de 6.000 estabelecimentos comerciais à base de dados da Serasa Experian. As consultas são tratadas estatisticamente pelo método das médias aparadas, com corte de 20% nas extremidades superiores e inferiores das taxas mensais de crescimento, relativas a cada estabelecimento comercial dentro de cada um dos seis segmentos varejistas pesquisados. Para a formação da série agregada do Indicador Serasa Experian de Atividade do Comércio, as taxas de crescimento resultantes de cada segmento varejista são ponderadas pelo peso relativo de cada um deles na Pesquisa Mensal de Comércio – Varejo Ampliado, do IBGE, respeitando-se as suas revisões metodológicas. |