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Encontros AML: ‘live’ debate consequências e desafios da Covid-19

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“Covid-19: consequências e desafios” é o tema da próxima live que a Associação Médica de Londrina realiza na quarta-feira, 10 de julho, às 20 horas, dentro da programação dos “Encontros AML” em formato digital. A live, que acontece no canal do YouTube da AML, vai debater as principais sequelas físicas e emocionais deixadas pela pandemia do coronavírus. Quatro anos depois do início da pandemia, em 2020, vivemos uma situação controlada da doença, que hoje tem uma taxa de letalidade no Brasil de 1,8%. Mas acumulamos ao longo desses anos mais de 712 mil óbitos no país e só em 2024 já são quase 4 mil casos novos de Covid-19 e mais de 120 mortes.

Participarão da live a pneumologista Ana Muzio, diretora do Departamento de Pneumologia da AML, que irá mediar a conversa com os médicos associados Heber Odebrecht Vargas, psiquiatra e coordenador da residência em Psiquiatria da Universidade Estadual de Londrina (UEL), e André Luiz Bortoliero, infectologista, mestre em Ciência da Saúde pela UEL.

Durante a live, os médicos irão relembrar suas experiências nos atendimentos realizados durante a pandemia, especialmente entre os anos de 2020 e 2021, e elencar as principais consequências que a Covid-19 deixou nos pacientes, tanto na saúde do corpo, como na saúde da mente.

De acordo com Ana Muzio, durante a fase mais aguda da pandemia, as principais sequelas pulmonares deixadas pelo Covid-19 em seus pacientes eram a falta de ar e cicatrizes no pulmão. “Alguns pacientes passaram meses no hospital ou muitos dias na UTI e precisaram de fisioterapia pulmonar. Parte se recuperou completamente e parte ainda não”, diz a médica. Outros sintomas respiratórios que permanecem em pacientes que tiveram Covid-19 são canseira, bronquite e tosse.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 10% e 20% das pessoas que tiveram Covid desenvolvem alguma complicação prolongada. Agora, pesquisadores se debruçam sobre mais de 200 sintomas, agrupados genericamente pelo termo Covid longa.

Os mais frequentes são fadiga, falta de ar, tosse persistente, dor no peito e distúrbios cognitivos — confusão mental, esquecimento, dificuldade de concentração. Pessoas com essa condição podem ter dificuldades de exercer atividades comuns, como trabalhar e realizar tarefas domésticas simples. Na live, os especialistas irão trazer dicas de como encarar esses desafios com o apoio da Medicina.

Sintomas da Covid longa:

Cansaço e fadiga que interferem no dia a dia, especialmente após esforço físico ou mental;
Falta de ar ou dificuldade para respirar;
Tosse persistente;
Dor no peito;
Palpitações no coração;
Problemas de memória e concentração (chamados de “névoa mental”);
Dificuldades na fala;
Perda de olfato ou paladar;
Problemas do sono;
Dor de cabeça;
Tontura ao se levantar;
Sensação de formigamento;
Depressão e ansiedade;
Dor muscular;
Febre;
Diarreia;
Dor no estômago;
Mudanças no ciclo menstrual.

As sequelas apareceram em pacientes que tiveram Covid-19 leve ou assintomática, moderada ou grave, e em todas as faixas etárias de 18 a 94 anos. Dentre os que tiveram quadro assintomático ou leve, 59% desenvolveram manifestações da Covid longa.

Covid-19: Ministério da Saúde realiza pesquisa
O Ministério da Saúde iniciou em março a segunda fase da coleta de dados de um estudo de base populacional sobre a Covid-19 no Brasil. Durante todo o mês, foram realizadas visitas domiciliares a 33.250 pessoas que tiveram a doença e que residem em 133 municípios brasileiros. O objetivo, segundo a pasta, é levantar dados para subsidiar a criação de políticas públicas direcionadas ao tratamento das chamadas condições pós-Covid ou Covid longa, classificadas como sequelas da doença.

O estudo, denominado Epicovid 2.0: Inquérito nacional para avaliação da real dimensão da pandemia de Covid-19 no Brasil, é coordenado pela Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente e encomendado à Universidade Federal de Pelotas. Em nota, o ministério destacou que, até o momento, não existem estimativas nacionais sobre o impacto da doença a longo prazo. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 20% das pessoas infectadas, independentemente da gravidade do quadro, desenvolvem condições pós-Covid.

A pesquisa usará informações de 250 cidadãos de cada um dos municípios selecionados que já fizeram parte das quatro rodadas anteriores do trabalho científico, em 2020 e 2021. Para isso, equipes de entrevistadores ouviram os moradores sobre vacinação, histórico de infecção, sintomas de longa duração e efeitos da doença sobre o cotidiano.

Primeiras fases

Entre 2020 e 2021, o Epicovid-19 serviu para traçar um retrato da pandemia que auxiliou cientistas e autoridades em saúde pública a compreender melhor os efeitos e a disseminação do vírus no Brasil. Entre as principais conclusões, o estudo apontou que a quantidade de pessoas infectadas naquele momento era três vezes maior que os dados oficiais, com os 20% mais pobres tendo o dobro de risco de infecção em relação aos 20% mais ricos.
Memorial

Em 11 de março de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificava o cenário de Covid-19 no mundo como uma pandemia. Quatro anos depois, o Ministério da Saúde anunciou a criação de um memorial às vítimas da doença que matou mais de 712 mil brasileiros. O local escolhido foi o Centro Cultural do Ministério da Saúde, no Rio de Janeiro.

Encontros AML
Live: “Covid-19: consequências e desafios”
Quando: 10 de julho (quarta-feira)
Horário: 20 horas
Onde: YouTube da AML

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