“Fevereiro Laranja” reforça importância da doação de sangue contra leucemia

A leucemia, tipo de câncer que afeta as células sanguíneas, particularmente os glóbulos brancos, não está entre as neoplasias mais frequentes. No entanto, quando se mostra de forma aguda, pode progredir rapidamente, exigindo tratamento imediato. Nessas situações, as células sanguíneas doentes não têm tempo suficiente para amadurecer, resultando em uma produção elevada de leucócitos imaturos, como ocorre nos tipos linfoblástica aguda (LLA) e mieloide aguda (LMA), sendo ela a mais comum entre adultos.

Nos casos crônicos, a evolução é mais lenta e pode não apresentar sintomas iniciais significativos. “Os sinais podem variar, mas geralmente incluem fadiga e fraqueza, febre e suores noturnos. Também há perda de peso não intencional, sangramentos ou hematomas fáceis, infecções frequentes, dor nos ossos ou articulações e aumento dos gânglios linfáticos”, informa Ana Gasperine, hematologista da Oncoclínicas Londrina.

Essa doença oncológica, caracterizada pela produção excessiva e anormal de células sanguíneas na medula óssea, compromete a formação de hemácias saudáveis, levando a uma alteração no funcionamento do sistema imunológico. “A doação de sangue é crucial para pacientes com leucemia, especialmente aqueles em tratamento, que podem precisar de transfusões”, explica. Através delas é que serão fornecidas as condições que seus organismos precisam para combater a neoplasia e ter mais chances de cura.

Fatores de risco e prevenção
Conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no Paraná a estimativa em 2023 foi de 750 novos casos. A hematologista cita que entre as condições que contribuem para o desenvolvimento dessa neoplasia estão a exposição à radiação ou substâncias químicas como o benzeno, algumas síndromes genéticas, como de Down e a Anemia de Fanconi, histórico familiar e tabagismo. Além disso, doenças hematológicas, como mielodisplasia, também integram a lista. “A idade avançada caracteriza-se como fator de risco para a leucemia linfocítica crônica, enquanto a mais comum em crianças é a linfoblástica aguda”, afirma Ana Gasperine. “Muitos fatores podem influenciar no desenvolvimento da doença, e nem sempre a causa é conhecida”, complementa.

A especialista explica que, embora não haja uma forma garantida de prevenção, algumas medidas podem ajudar a reduzir os riscos, como evitar exposição a produtos químicos tóxicos, não fumar e manter um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e a prática regular de exercícios. Já o tratamento varia de acordo com cada caso. “Muitos pacientes podem necessitar de quimioterapia intravenosa em regime de internação, principalmente para leucemia aguda, mas existem também medicações orais disponíveis, especialmente para determinados tipos, como a mieloide crônica”, destaca.

Transplante e cadastro para doação
Embora nem todos os portadores dessa neoplasia precisem de um transplante de medula óssea, já que a indicação depende do tipo de leucemia, resposta ao tratamento, condição geral de saúde do paciente e compatibilidade, o registro como doador pode salvar vidas. Manter o cadastro atualizado garante que, se necessário, a pessoa estará disponível e suas informações serão acessíveis para checar se é compatível.

De acordo com o INCA, para se tornar um doador voluntário de medula óssea, é preciso ir ao hemocentro mais próximo da sua cidade, fazer o cadastramento no Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME) e coletar uma amostra de sangue (10 ml) para exame de tipagem HLA.

Para se doador é necessário:

  • Ter entre 18 e 35 anos de idade (O doador permanece no cadastro até 60 anos e pode realizar a doação até esta idade);
  • Um documento de identificação oficial com foto;
  • Estar em bom estado geral de saúde;
  • Não ter nenhuma doença impeditiva para cadastro e doação de medula óssea.