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HU de Londrina realiza cirurgias cardíacas de alta complexidade

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Duas cirurgias cardíacas importantes foram realizadas nas últimas semanas no Hospital Universitário (HU) da UEL, sendo uma inédita no Hospital, no dia 10 de maio, e outra efetuada pela segunda vez em 6 de junho. Os procedimentos foram realizados também com o intuito de capacitação profissional. A equipe cirúrgica foi composta pelos cardiologistas Cláudio Fuganti, Vinícius Hatanaka Dias e Fernando Dulcini, do Hospital Universitário da UEL, e Calos Eduardo Duarte, da Beneficência Portuguesa e InCor e ex-aluno das residências de Clínica Médica e Cardiologia da UEL.

Uma dessas cirurgias foi inédita no Hospital: um implante de marcapasso. O marcapasso septal profundo é um dispositivo utilizado para estimular o coração a uma frequência cardíaca adequada, especialmente quando há bloqueios no sistema de condução elétrica. Ele é implantado no septo interventricular, a parede que separa os ventrículos do coração, e é indicado para os pacientes que apresentam alguma disfunção cardíaca, ou que, devido ao uso de um dispositivo tradicional, apresenta uma dilatação do ventrículo direito do coração.

Aproximadamente 20 a 30% dos pacientes podem ter essa disfunção em um prazo de quatro a cinco anos com a utilização do marcapasso tradicional. Neste procedimento, ao invés de estimular apenas o ventrículo direito, as duas metades são impulsionadas ao mesmo tempo, por meio de um estímulo no sistema de condução elétrica do coração, propiciando uma estimulação fisiológica e a ressincronização dos batimentos.

Salas cirúrgicas do HU disponibilizam equipamentos modernos para uso de técnicas de imagem avançadas e dispositivos que reduzem o risco de complicações nas cirurgias. O implante desse tipo de marcapasso requer expertise do profissional, além do uso de uma bainha para auxiliar a implantação do eletrodo no septo interventricular, a qual não é disponibilizada pelo SUS e tem um custo alto. Em termos de técnica para o procedimento, um dos principais desafios é garantir a localização precisa do implante e minimizar o risco de complicações, como perfuração cardíaca ou danos aos tecidos circundantes e garantir a estimulação ventricular mais próxima possível ao natural.

Este novo procedimento já está sendo executado há quatro anos em todo o mundo, mas no Brasil é mais recente. “A maioria dos pacientes que passam por esse procedimento pode retornar às atividades ormais dentro de algumas semanas. Em termos de resultados a longo prazo, esperamos uma melhoria significativa na função cardíaca e na qualidade de vida dos pacientes, proporcionando um controle adequado do ritmo cardíaco”, expõe Cláudio Fuganti.

A outra cirurgia realizada foi a extração mecânica de um eletrodo, condutor de eletricidade. O eletrodo é composto por quatro fios envolvidos por uma cobertura plástica, fixado abaixo da gordura na região peitoral, utilizado em equipamentos médicos, como marcapassos e desfibriladores cardíacos. Em alguns casos, devido a complicações como infecções, falhas no dispositivo ou necessidade de atualização tecnológica, torna-se necessário remover esses eletrodos.

A extração mecânica de eletrodo envolve o uso de ferramentas especializadas
para retirá-lo do local onde está implantado, geralmente nas veias ou no músculo cardíaco. Os principais desafios incluem a remoção segura do eletrodo sem causar danos aos tecidos circundantes, bem como o controle de possíveis complicações, como sangramento excessivo ou arritmias cardíacas. O equipamento utilizado para a remoção são chamados de bainha.

“O procedimento é de grande risco, uma vez que o local onde passam os eletrodos pode desenvolver uma aderência ao dispositivo e ao tentar a extração pode causar sangramento. Desta forma, um grande desafio é ter profissional altamente habilitado para o procedimento. Outro desafio é o custo do procedimento, uma vez que as bainhas utilizadas para a extração não são cobertas pelo SUS, tampouco o procedimento”, explica Fuganti.

Segundo ele, a extração de eletrodo só é possível graças ao surgimento de novas ferramentas, e abordagens desenvolvidas para tornar o procedimento mais seguro e eficaz. “Isso inclui o uso de técnicas de imagem avançadas, para orientar a remoção precisa do eletrodo, bem como o desenvolvimento de dispositivos específicos para essa finalidade, que reduzem o risco de complicações”, explica. (Fonte: O Perobal/UEL)

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