Pistache em alta gera oportunidades de ouro para pequenos negócios e empreendedores

O consumo triplicado de produtos com pistache entre 2022 e 2024 no Brasil não é uma coincidência, mas uma estratégia de mercado muito bem definida, incentivada pelos Estados Unidos, um dos maiores produtores da semente no mundo. A explosão de itens com a matéria-prima nas prateleiras de supermercados, cafeterias e docerias também pode ser uma excelente oportunidade a empreendedores e empresários que trabalham com a oleaginosa, de modo especial na culinária e gastronomia. Principalmente em relação a um princípio base do consumo: vender o que o consumidor quer comprar. A avaliação é de Jéssica Fahl Ribeiro, especialista em gestão estratégica.

“Ao identificar as necessidades de um público consumidor ou entender a onda de consumo de uma determina época, o mercado pode potencializar suas vendas e faturar alto”, afirma Jéssica. De acordo com ela, o princípio vale para qualquer produto. “Hoje estamos vendo isso com o pistache, mas a cada época um produto vira moda e ajuda a elevar as vendas”, ressalta. Em três anos, de 2022 a 2024, o consumo do pistache no Brasil saltou de 350 toneladas para 1 mil toneladas, fruto de algumas estratégias de marketing dos norte-americanos como criação de uma associação, participação em eventos internacionais, parceria com chefs renomados e influenciadores digitais ao redor do mundo, o que faz a demanda crescer junto com a alta oferta gerada pelos EUA.

A partir daí, pode-se ver o pistache em tudo: ovos de Páscoa, tortas, pavê, brownie, barra de chocolate, trufas, macarrons, pães e doces diversos. Até mesmo o Dia do Pistache e o Festival do Pistache foram criados para celebrar os produtos que levam a semente entre os ingredientes. “Utilizar-se de tendências globais pode ser um diferencial competitivo para os pequenos comerciantes. Quem entende o novo comportamento e disponibiliza mais rápido produtos que sigam essa tendência tem mais chance de sair na frente dos concorrentes e aumentar o faturamento”, explica Jéssica. Entretanto, segundo a especialista, é preciso fazer isso com planejamento. “Não adianta sair por aí comprando a matéria-prima. É preciso desenvolver um produto que tenha apelo comercial.”

Jéssica aponta alguns princípios de mercado a empreendedores e empresários que optam por seguir a tendência de mercado. “Aproveitar a alta demanda por um produto pode ser ótimo para os negócios, principalmente se combinada com aquilo que o cliente gosta e busca. Evitar criar produtos a todo custo para não ficar de fora é importante, pois evita gastos desnecessários e desperdício”, ressalta a especialista. Para isso, é necessário e fundamental estar antenado no próprio segmento de mercado para aproveitar as ondas de novidades e conhecer bem o cliente para construir uma oferta atraente e com uma comunicação eficaz. “Esse processo ajuda a gerar valor no produto a ser vendido.”