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Universidades Federais: “A greve continua, Lula a culpa é sua!”

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Assembleia de docentes da UnB (Foto: Divulgação/ADUnB)

Professsores, servidores e técnicos das Universidades Federais que participam de uma greve nacional estão revoltados com o governo e principalmente com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (ANDES-SN), a paralisação atinge 58 instituições e envolve cerca de 100 mil profissionais. Institutos Federais de todo o país também estão em greve.

Em Londrina, a Universidade Tecnológica Federal do Paraná aderiu ao movimento, mas manteve “atividades essenciais” determinadas pela reitoria estadual.

A categoria docente federal deflagrou greve no dia 15 de abril. Essa paralisação somou-se à greve dos técnicos em educação nas universidades federais e também à greve de docentes e servidores técnico-administrativo em educação dos Institutos Federais, iniciada em março. Os grevistas cobram recomposição salarial imediata (o governo propôs reajuste zero em 2024 e índices repartidos entre 2025 e 2026) e reestruturação das carreiras entre outras reivindicações. Um dos principais gritos dos manifestantes nas assembleias é “A greve continua, Lula a culpa é sua!”. Na internet circulam vídeos de professores e outros servidores fazendo desabafos e críticas ao presidente.

Na quarta-feira (22), professores de várias regiões do país participaram da Marcha da Classe Trabalhadora em Brasília, que contou com a presença de representantes de outras entidades, sindicatos e movimentos sociais.

“Autoritarismo”

O que teria aumentado a revolta dos trabalhadores foi um ultimato do governo na terça-feira (21). O site Poder 360 noticiou: “Governo Lula encerra negociações com professores em greve”, por coincidência o mesmo título do Correio Braziliense. “A Gazeta do Povo” deu a seguinte manchete: “Governo dá ultimato à greve das federais e irrita sindicato: “autoritarismo”. O próprio ANDES publicou em seu site notícia com o seguinte título: “Em e-mail, governo reforça autoritarismo e ameaça à greve de docentes federais”.

No texto, a entidade explica que o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos enviou mensagem intitulada “Nota de esclarecimento às entidades representativas da categoria dos docentes das universidades públicas federais” afirmando que “a agenda do dia 27 de maio prevê, unicamente, a assinatura do Termo de Acordo”. Ou seja, as negociações estavam encerradas.

Para o presidente do ANDES, Gustavo Seferian, “o governo federal expressa, com essa mensagem, uma imensa intransigência com o processo negocial, para além de um desrespeito com a dinâmica grevista”.  

“Grande traição”

“Nós, que estamos com 58 instituições paralisadas, não vamos nos intimidar com uma declaração que não representa uma perspectiva democrática, de um governo que se coloca na fronteira da busca do debate com a classe trabalhadora. Então, há uma contradição nesse e-mail enviado. Nesse sentido, nós vamos continuar nesse movimento”, afirmou Ari Loureiro, representante do Comando de Greve da Associação de Docentes da Universidade Federal do Pará (Adufpa Seção Sindical) no Comando Nacional de Greve (CNG) do ANDES-SN.

“Será uma grande traição com o movimento grevista, com quase 100 mil trabalhadores e trabalhadoras da educação que estão paralisados”, acrescentou Loureiro.

Na mesma matéria na página do sindicato nacional, a secretária-geral do ANDES, Francieli Rebelatto, opinou: “A ameaça do governo reforçando ultimato para finalizar processo de negociação no dia 27 aprofunda o desrespeito do governo com os trabalhadores (as) da educação, que estão construindo uma das maiores greves da educação federal dos últimos anos. Quem decide o momento de finalizar as negociações são os trabalhadores e trabalhadoras organizados (as) em nossas bases”.

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