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Ballet de Londrina: espetáculo “Bora” tem nova temporada

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Em outubro, a cidade presenciou uma cena que há muito não se via: filas dando voltas no Calçadão, em frente ao Ouro Verde, com um público festivo e ansioso para ver o novo espetáculo do Ballet de Londrina. A estreia, que aconteceu na programação do Festival de Dança de Londrina no dia 15, lotou as poltronas do teatro e foi seguida de minutos de aplauso. Agora será a oportunidade para quem não conseguiu ingressos naquela ocasião ou para quem deseja rever a empolgante peça “Bora!”, coreografia assinada por Henrique Rodovalho (Goiânia-GO), da Quasar Cia de Dança, com figurinos do paulistano Cássio Brasil.

A minitemporada de estreia acontece de sexta a domingo (dias 4,5,6, 11, 12 e 13 de novembro), às 20 horas, na Funcart (Souza Naves, 2380). Os ingressos custam R$24 e 12 (meia-entrada) e podem ser adquiridos presencialmente na Fundação ou pelo Sympla, por meio do link: https://www.sympla.com.br/produtor/funcart. A classificação indicativa é livre e a lotação de cada noite é de 80 lugares.

“Bora!” é animado por música eletrônica e parece nos arrastar freneticamente por uma sequência de fotografias cinéticas que revelam com ironia e irreverência a fragilidade das relações humanas no século XXI, entre o desejo de pertencimento e a necessidade de manter a integridade individual. Assim, na coreografia, é possível identificar o “efeito manada” das redes sociais, que, ao mesmo tempo que garantem o sentimento de integração com grupos de pensamento parecido, é o ambiente da solidão, dos cancelamentos, das bolhas e dos haters. A palavra que dá título à obra é um chamado jovem e alegre para avançar, para ir adiante. Entretanto, este progresso precisa ser uma ação consciente, já que a Pós-modernidade é tempo de fim das utopias e de relações líquidas. Como é típica da linguagem de Henrique Rodovalho, os movimentos exploram curvas sinuosas do corpo, destacam quadris e braços, jogam com contrastes de velocidade e trabalham a interpretação sarcástica do semblante dos bailarinos.

O cenário, assinado por Rodovalho e por Renato Forin Jr., é outro ponto alto: ele evoca um não-lugar. Inicialmente, um vazio branco espelhado por luzes frias de led, que remetem à imensidão incomensurável do espaço virtual, uma das “telas totais” em que nosso cotidiano está inserido, com metafóricas grades traseiras, quase invisíveis. Num átimo, os limites deste quadro que aprisiona se quebram e os movimentos dos bailarinos contornam os leds que flutuam em outro não-espaço – o da nuvem. Em contraste à dimensão espacial asséptica, os figurinos de Cássio Brasil trazem cores quentes, entre o ocre e o alaranjado, que apelam para a sedução do calor humano. Os cortes e as formas lembram a urbanidade e a juventude, gerando identificação com os espectadores.

O Ballet de Londrina tem direção geral de Marciano Boletti, com assistência de direção e direção de produção de Danieli Pereira. O elenco é formado pelos dançarinos Alessandra Menegazzo, Ariela Pauli, Higor Vargas, Ione Queiroz, Lucas Manfré, Matheus Nemoto, Nayara Stanganelli, Thaisa Morais, Viviane Terrenta e Wesley Silva. A companhia está vinculada à Funcart – Fundação Cultura Artística de Londrina, com patrocínio da Secretaria de Cultura e da Prefeitura Municipal de Londrina.

Fonte: Divulgação

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