Início Esporte LEC pode ser negociado com gigante do futebol inglês

LEC pode ser negociado com gigante do futebol inglês

6971
0
COMPARTILHAR

Depois de cerca de 90 anos, estaria a Inglaterra voltando a fazer parte da história de Londrina? É possível. Segundo informações que circularam nas redes sociais nesta quinta-feira (21), o poderoso City Football Group (CFG), dono do Manchester City e outros dez clubes, tem na mira o Londrina Esporte Clube e pode adquirir o clube alviceleste juntamente com o CT da SM Sports e todos os jogadores.

Na verdade, o investidor não seria exatamente um grupo britânico, como ocorreu na colonização do Norte do Paraná. O dono do Manchester City e comandante do CFG é o bilionário Mansour Bin Zayed Al Nahyan, da família real dos Emirados Árabes. Al Nahyan tem iate de R$ 3 bi, é sócio da Ferrari, amigo de celebridades do cinema e apaixonado por futebol. Dinheiro para investir na aquisição do Tubarão não seria exatamente um problema.

Segundo o portal IG, o City Football Group “é uma holding controlada pelo fundo soberano de Abu Dhabi, Emirados Árabes. Este fundo usaria reservas financeiras normalmente derivada de aplicações dos lucros de petróleo, em várias atividades, entre elas o futebol. O CFG é o segundo maior fundo soberano do mundo, com caixa de US$ 350 bilhões (R$ 2 trilhões, isso é mais do que todo o PIB da Colômbia, por exemplo)”.

O grupo tem investido em vários clubes do mundo. Além do City, o CFG já adquiriu total ou parcialmente: Lommell SK (Bélgica, 100% de participação), Montevideo City (Uruguai, 100%) Melbourne City (Austrália, 100%), Sichuan Jiuniu (China, 100%), Troyes AC (França, 100%), New York City (EUA, 80%), Mumbay City (Índia, 65%), Girona (Espanha, 44,3%) e Yokohama Marinos (Japão, 20%) e Bolívar (Bolívia, participação não informada).

A informação do provável interesse do dono do Manchester City pelo LEC surgiu em vídeo do jornalista Jorge Nicola (ex-ESPN) em seu canal no Youtube, na quinta-feira (20), e foi replicada pelo radialista Rodrigo Linhares em seu perfil no Facebook.  “Segundo Nicola, a intenção de compra acontece pelo LEC não ter dívidas e ter know-how na formação de atletas”, postou Linhares.

Nesta sexta-feira (21), Luis Pinto Coelho, um jornalista português, divulgou no Twitter a seguinte mensagem: “O Grupo City, detentor de 10 clubes espalhados pelo mundo pensa em adquirir um clube no Brasil. O Londrina é uma possibilidade em estudo!” (@LuisCoelho51).

Oficialmente, nada foi informado pela diretoria do Londrina nem pela assessoria do grupo investidor. Recentemente, surgiram notícias extra-oficiais de interesse do Manchester City por outros clubes do Brasil.

“Negociação antiga”

O nome do Manchester City como “possível parceiro” do Londrina foi mencionado pela primeira vez no final de 2019, pelo site “Mercado do Futebol”. Naquela oportunidade, havia incerteza sobre a permanência do gestor Sergio Malucelli até o final do contrato em dezembro de 2020 (acabou ficando e o contrato foi renovado por cinco anos). “O Londrina Esporte Clube já está se coçando para uma possível parceria com o gigante inglês Manchester City, entretanto, outros clubes da Inglaterra (um deles o Tottenham), e um de Portugal, também pintam com um possível interesse”, informou o site no dia 29 de novembro de 2019.

O mesmo texto dizia que “o Londrina vem trabalhando, e pode se tornar um Clube S.A. já em 2020, o que facilitaria essa busca por parceiros, a exemplo do que o RB fez com o Bragantino, lembrando que a própria Red Bull procurou o Londrina, mas os conselheiros vetaram (…) a alteração do nome foi um dos grandes empecilhos para a parceria se firmar.”

O presidente do LEC, Felipe Prochet, viajaria em dezembro (de 2019) para “visitar e fazer uma apresentação do clube e da cidade para os interessados”, informava também o “Mercado do Futebol”. A viagem realmente aconteceu. Comentou-se, pouco tempo depois, que um dos clubes visitados teria interesse no negócio, incluindo o CT da SM Sports, e enviaria representantes para uma avaliação in loco. Com a pandemia da Covid-19, porém, as negociações emperraram.

Um clube à venda

Em novembro do ano passado “vazaram” notícias de que um outro grupo estava negociando a compra do Londrina Esporte Clube. Os contatos iniciais teriam sido feitos 10 meses antes. A princípio, Sérgio Malucelli rejeitou a proposta financeira feita através dos representantes. A oferta foi aumentada, chegando praticamente às cifras desejadas pelo gestor. Em dezembro houve inclusive a assinatura de um pré-contrato entre o LEC (Felipe Prochet), SM Sport (Sérgio Malucelli) e os representantes do investidor.

Sabe-se agora que esses representantes são Thairo Arruda e Danilo Caxieiro, da Matix Capital, empresa paulista que apresentou o investidor norte-americano John Textor ao Botafogo (RJ). Textor comprou 90% das ações da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) do Glorioso. No último dia 12, o norte-americano adquiriu também o RWD Molenbeek, da Bélgica. 

Apesar dos valores oferecidos (não divulgados) ao Londrina, não houve acordo. Pelo que disse uma fonte ligada à direção do clube, Malucelli queria pagamento à vista, o que teria levado os possíveis compradores a se afastarem. O presidente do Londrina, Felipe Prochet, confirmou na segunda-feira (17), em entrevista à rádio Paiquerê 91,7, que “na semana passada o Sérgio decidiu não realizar mais o negócio”. 

Em entrevista ao jornalista Walmir Martins, da rádio Paiquerê 91,7, nesta sexta-feira (21), Thairo Arruda disse que ainda haveria possibilidade de o negócio vir a ser fechado. Reviravolta no caso? Parece que não. Logo em seguida, a emissora ouviu Sérgio Malucelli, que foi taxativo: “Negócio encerrado. Está descartada completamente a venda para eles”.

De acordo com o gestor do Tubarão, “trata-se de empresa nova (dos representantes) e não sabemos quem são os investidores”. Malucelli confirmou as etapas da negociação: “Fizemos um pré-contrato, eles teriam 10 dias para apresentar o contrato, e não apresentaram. Colocaram o advogado deles para falar com o nosso, que é o meu irmão. Mas vão vi até o hoje o nome de quem quer comprar. Como vou entregar o CT se não sei para quem?”, questionou.

O dirigente disse também ter estranhado o fato de o investidor não ter enviado ninguém para ver o que estava sendo feito para a temporada: “O que me deixou mais apreensivo é que não vi ninguém da área de futebol vir aqui para ver o planejamento. Tem Paranaense, Copa do Brasil, Série B e se assumissem o clube não teriam tempo de nada”.

Por outro lado, Prochet já havia declarado que se o negócio tivesse sido fechado, ainda seriam necessários alguns meses para levantamento das questões fiscais e trabalhistas do Londrina e da SM Sports pelos investidores, antes da concretização.

De qualquer forma, seja para o grupo do City, para o misterioso investidor representado pela Matix ou por outro grupo, o Londrina Esporte Clube não pode ser oficialmente vendido enquanto não se tornar um clube-empresa, ou seja, tem que ser aprovada sua transformação em Sociedade Anônima do Futebol. Segundo fonte ligada ao clube, uma assembleia geral deverá ser convocada em fevereiro para decidir a mudança, que tem apoio do presidente Felipe Prochet.

(Foto: Arquivo/Linkedin)

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, deixe o seu comentário!
Por favor entre com seu nome aqui