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Paraná já recebeu 5,2 milhões de doses de vacina contra covid

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Vacina Oxford/AstraZeneca para imunizacao em profissionais de saude no Centro de Controle de Agravos (CCA) em Pinhais na regiao metropolitana de Curitiba. 03/02/2021. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

Desde o início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o Paraná recebeu 5.295.190 vacinas encaminhadas pelo Ministério da Saúde. Ao mesmo tempo em que recebeu mais doses que Santa Catarina (3,22 milhões), recebeu menos que o Rio Grande do Sul (6,36 milhões). Mas, se a população do Paraná é a maior dos três estados, por que não é o que mais recebeu?

A explicação está na divisão da população entre os grupos prioritários estabelecidos nos planos de vacinação de cada estado. Como a imunização se dá em etapas, recebe mais doses o estado que possui mais pessoas no público-alvo daquele momento. Esse assunto veio à tona novamente com a 22ª remessa do Ministério da Saúde, em que o Paraná ultrapassou o Rio Grande do Sul em quantidade absoluta recebida.

“Desde o início do processo de vacinação, cada estado recebe um informe técnico do Programa Nacional de Imunização do Ministério da Saúde repassando as quantidades e os percentuais para cada grupo prioritário elencado no plano. No Paraná não é diferente: cada pauta mostra a quantidade de doses encaminhadas, qual seu laboratório de origem, para qual grupo prioritário são destinadas e qual o percentual que vamos atingir em cada grupo”, explica a diretora de Atenção e Vigilância em Saúde, Maria Goretti David Lopes.

Por terem população semelhante, a comparação entre Paraná e Rio Grande do Sul ajuda a compreender essa divisão. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população do Paraná em 2020 era estimada em 11.516.840 pessoas, muito próxima dos 11.422.973 do Rio Grande do Sul.

No entanto, quando se olha para a estimativa das populações de idosos de cada estado, o Rio Grande do Sul tem 361 mil a mais que o Paraná: são 2.143.706 gaúchos e 1.782.256 paranaenses. A situação se repete entre os trabalhadores da saúde: são 407.697 no Rio Grande do Sul e 303.026 no Paraná.

Assim, como tanto os idosos quanto os profissionais da saúde foram os primeiros grupos a serem contemplados pela vacinação contra a Covid-19 no Brasil, o Rio Grande do Sul recebeu do Ministério da Saúde mais doses que o Paraná em números absolutos e no percentual da população total. Consequentemente, o número total de doses aplicadas também é maior: 4.666.383 no Rio Grande do Sul contra 3.729.875 no Paraná.

A balança volta a se equilibrar nos grupos prioritários que são maiores no Paraná e com a vacinação na população geral, já iniciada em alguns municípios. Em relação ao primeiro tópico, é o caso das comorbidades, etapa em que o estado tem uma estimativa de 43.658 pessoas a mais que os gaúchos.

“Se a quantidade de doses recebidas é maior que em relação a outros estados, é porque nossa estimativa para esses grupos prioritários no momento atual de vacinação é maior do que a de outras unidades da federação”, acrescenta Goretti.

Por isso, o Paraná recebe mais doses que o Rio Grande do Sul pela primeira vez apenas na 22ª remessa de imunizantes, que em sua maioria são destinadas à primeira dose de pessoas com comorbidades. No total, 397.690 foram enviadas ao Paraná e 395.110 ao Rio Grande do Sul.

Sobre a segunda perspectiva, o Paraná seguirá orientação do Ministério da Saúde de imunizar a população geral de 18 a 59 anos em paralelo com o calendário dos grupos prioritários.

Para fechar a comparação entre os estados do Sul, ambos têm população superior às 7.252.502 pessoas de Santa Catarina. O estado vizinho tem menos idosos (1.191.011), menos pessoas com comorbidades (636.478) e menos trabalhadores de saúde (166.407). Em números absolutos, portanto, recebe menos doses: foram 230.810 vacinas nesta 22ª remessa. No total, Santa Catarina aplicou 1.129.769 doses.

ESTIMATIVAS – Goretti explica que as populações dos grupos prioritários são compostas por estimativas, derivadas de diversas bases de dados. Por isso, por vezes elas não correspondem à realidade, criando um excedente ou falta de doses para determinados grupos. No caso de déficit, é necessário diálogo com o Ministério da Saúde para corrigir essa diferença e completar a imunização, o que levou o governador Carlos Massa Ratinho Junior e o secretário estadual da Saúde, Beto Preto, à Brasília.

Ela exemplifica que, inicialmente, não havia doses previstas para populações quilombolas do Paraná. “O número de doses veio zerado, mesmo com a presença de comunidades no Estado. Por isso, fizemos um ofício, listamos todas as comunidades quilombolas do Paraná e demonstramos esse número. Aí as doses começaram a chegar e agora já concluímos a vacinação desse grupo prioritário”, explica. Segundo o plano paranaense, os quilombolas totalizam 9.631 pessoas no Estado.

Da mesma maneira, também estava zerada a estimativa de comunidades ribeirinhas paranaenses. No 22° lote, que chega ao Estado nos próximos dias, essa correção já começa a ser feita: são destinadas 740 doses a este grupo, o correspondente a 5% do total da população. Situação similar ocorre com a vacinação dos trabalhadores da saúde, que teve escala incrementada ao longo do tempo.

“O processo é assim mesmo: complexo, com tratativas e muito diálogo. O importante é que estamos imbuídos deste esforço coletivo de acelerar o processo de vacinação no nosso Estado”, acrescenta a diretora.

NOVAS DOSES – A 22ª remessa de vacinas é composta por 360.250 doses da Fiocruz/Oxford/AstraZeneca e 37.440 da Pfizer/BioNTech. As da Fiocruz são destinadas a 16,7% do grupo de comorbidades (289.662 doses), 20% dos trabalhadores de educação do ensino básico (33.811 doses) e 5% das comunidades tradicionais ribeirinhas (740 doses).

Já as doses da Pfizer vão para 2% do total de pessoas com comorbidades, gestantes e puérperas com comorbidades e ainda pessoas com deficiência permanente (33.743 doses) e 10% dos trabalhadores de transporte aéreo (152 doses).

VACINÔMETRO – O Paraná aplicou até esta quarta-feira (2) 3.761.525 doses na população, sendo 2.575.245 com a primeira dose (mais de 50% do grupo prioritário) e 1.186.280 com a segunda (imunização completa). Os números são do vacinômetro do governo federal, atualizado em tempo real pelos municípios. (Fonte: AEN)

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