Após o vexame na Série B do Campeonato Brasileiro, a permanência da SM Sports na administração do futebol do Londrina Esporte Clube (LEC) no próximo ano continua sendo uma incógnita. O presidente atual Claudio Canuto, o presidente eleito Felipe Prochet e o gestor de futebol Sérgio Malucelli deram entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (26), mas não anunciaram uma definição sobre a parceria. Boa parte da entrevista foi dedicada a críticas do gestor à imprensa, à torcida e até ao prefeito Marcelo Belinati.
Os dirigentes disseram também que o futuro do Londrina na Série C do Campeonato Brasileiro é preocupante. Malucelli destacou que alguns adversários, como o Brusque (SC), terão investimentos altos, e que voltar para a Série B será muito difícil.
“A minha intenção hoje é deixar o Londrina”, disse Sérgio Malucelli, sem dar prazo para o desligamento. Malucelli usou várias vezes a expressão “se eu ainda estiver aqui”, mas disse que Felipe e Canuto tentavam convencê-lo a ficar. A SM Sports tem contrato com o clube até o final da temporada 2020. Para sair antes, a empresa teria de pagar uma multa de R$ 2 milhões, além de R$ 1,5 milhão de uma dívida ao Londrina.
Malucelli disse que mesmo que não esteja mais no clube “vai ajudar o LEC”, afinal “todos os jogadores hoje são da SM”. Isto pode significar que, caso haja o desligamento, ocorra antes um “encontro de contas” para que o Tubarão tenha um time cedido pela SM no Campeonato Paranaense.
Possível parceiro inglês
Prochet declarou que se o gestor realmente não ficar, “o clube terá que conseguir um novo parceiro porque não tem condições de caminhar com as próprias pernas”. Um clube da Inglaterra manifestou interesse em investir no LEC e dois conselheiros deverão ir até aquele país para analisar a situação.
Sobre a venda de jogadores considerados titulares durante a competição nacional deste ano, apontada por parte da imprensa e da torcida como uma das causas do enfraquecimento da equipe, Malucelli declarou que “a SM tem contas para pagar todos os meses e que dinheiro infelizmente não cai do céu”. Ele também rebateu críticas de uma parte dos torcedores afirmando que “torcedor não sabe nada, se soubesse estava administrando o clube”. No entanto, na parte final da entrevista, o dirigente disse que “a presença do torcedor na Série C será muito importante” em 2020. “Se não tiver apoio, o Londrina vai sofrer. Fica três ou quatro anos e não sobe”.
“Pior prefeito”
Uma surpresa durante a entrevista foi a crítica contundente de Malucelli ao prefeito Marcelo Belinati, que segundo ele “foi o pior de todos os prefeitos para o futebol”. O dirigente lembrou que Marcelo, quando era médico da ambulância no Estádio do Café, prometeu apoio ao Tubarão, o que não se concretizou. “Não sei o que ele tem feito pela cidade e não interessa aqui, mas para o clube não fez nada, foi o pior”, declarou.
Entre seus críticos, Malucelli citou nominalmente o apresentador Rubens Fernando Cabral e o ex-técnico Val de Mello, um dos convidados do programa de Cabral, e também o ex-dirigente do LEC Célio Guergoleto. Ele criticou também a torcida organizada Falange Azul, dizendo que “a Falange é o câncer do Londrina”.
Ameaças
Claudio Canuto disse que sofreu ameaças de torcedores que na verdade “são marginais, são 15 ou 20”. Ele lembrou que a parceria com Malucelli tem sido boa e que o clube hoje não tem dívidas.
Tanto Canuto, que foi candidato a vereador e não se elegeu, quanto Felipe Prochet, atual vereador, disseram que não se valeram do clube para uso político e que foram levados à política por circunstâncias. “Quando fui candidato eu não era mais presidente”, disse Canuto. Já Felipe Prochet afirmou que não foi ele que procurou o Londrina nem desta vez, nem na anterior (foi presidente do LEC antes de ser candidato a vereador) e que “não precisa do clube”.
(Foto: Gustavo Oliveira/LEC)