Início Cultura Ouro Verde comemora 70 anos com programação eclética

Ouro Verde comemora 70 anos com programação eclética

587
0
COMPARTILHAR

Programação que celebra os 70 anos do Cine Teatro Ouro Verde traz série radiofônica, palestra e exibição de curta-metragem

Uma agenda de fôlego totalmente gratuita transmitida pelas ondas da Rádio UEL FM e em eventos presenciais. De 12 a 16 de dezembro, a programação especial do circulasons prossegue homenageando o Cine Teatro Ouro Verde, que está entre os ícones arquitetônicos, culturais e históricos mais relevantes de Londrina. O evento conta com o patrocínio do Promic – Programa Municipal de Incentivo à Cultura.

A programação de dezembro abre com uma série radiofônica dividida em cinco episódios, transmitidas pela Rádio UEL FM de 12 a 16 de dezembro (segunda a sexta-feira) em dois horários: às 12h e às 16h. Segundo os produtores e apresentadores Patrícia Zanin e Tony Hara, a proposta foi construída a partir de histórias miúdas, desimportantes, mas que fazem sentido por terem sido vividas intensamente no Ouro Verde.

“O acidente no ensaio de uma peça, a menina dançarina que tropeça no palco, as prostitutas proibidas de entrar na matinê, o sucesso de Mazzaropi na cidade, o homem espancado pela Guarda de Cinema sem saber o porquê, o espanto de pessoas que entraram pela primeira vez no Ouro Verde, e por aí vai…  Essas histórias se entrecruzam formando, ao mesmo tempo, uma imagem familiar e inusitada do principal palco da cidade”, revelam os jornalistas.

Programação no Ouro Verde  

No dia 15 de dezembro (quinta-feira), uma programação com entrada gratuita começa às 19h com a palestra “Cine Teatro Ouro Verde 70 anos: O palco da cidade e a graça de viver”, realizada pelos jornalistas Patrícia Zanin e Tony Hara.

Os jornalistas comentam: “No ano em que o Cine Ouro Verde foi inaugurado (1952), o cronista Rubem Braga publicou uma série de reportagens sobre o Paraná. Observador fino e fulminante das misérias e delícias do cotidiano, o cronista termina seu passeio pela cidade com uma reflexão sincera e carregada de ternura:  “Londrina fica importantemente urbana, gasta seus montes de dinheiro com uísque, cimento e luxos; mas a poeira do trabalho ainda lhe dá um ar rude, o barulho dos caminhões carregados ainda lhe proíbe qualquer doçura — pois só a idade e a discreta indolência podem fazer a cidade dos homens abençoada pelo espírito, pela sabedoria e pela graça de viver.” Setenta anos se passaram. A cidade foi abençoada pela graça de viver como imaginou o cronista? Creio que não; mas a reconstrução do principal palco da cidade talvez seja um sinal de sabedoria, um aceno da discreta indolência que nos permite ver a realidade de um outro modo, além ou aquém do cimento e do luxo.”

Patrícia Zanin é uma das mais importantes jornalistas de Londrina, uma referência na Rádio UEL FM no comando de vários programas. Ela vai dividir a fala com o jornalista e pesquisador Tony Hara, autor de oitenta vezes londrina (2014), Coração rueiro|João Antônio e as cidades (2013), Caçadores de notícias: histórias e crônicas policiais de Londrina (2000). Além dos livros sobre Londrina, publicou também escritos sobre a filosofia como modo de vida: Ensaios sobre a singularidade (2012) e artes de viver|velhas verdades (2021).

Albedo

Às 20h30 será exibido o curta-metragem “Albedo”, gravado em uma única tomada, como um único fôlego, totalmente rodado dentro do Cine Teatro Ouro Verde em outubro de 2021, com direção de Auber Silva. A produção patrocinada pelo PROMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura e apoio da Universidade Estadual de Londrina, propõe um passeio pelos ambientes do edifício através de uma narrativa que mistura passagens ficcionais de três momentos da vida da personagem central da trama e reencenações de episódios emblemáticos da história do teatro, como a apresentação do dançarino japonês Kazuo Ohno no Festival Internacional de Londrina (FILO) de 1992, entre outras performances. 

“O filme atravessa praticamente todos os espaços do teatro seguindo o fio da personagem principal, Helena. Primeiro ela aparece como uma menina de 7 anos que vai com sua mãe à inauguração do Ouro Verde, então considerado um dos maiores e melhores cinemas da América Latina, em 1952. Depois, ela retorna ao teatro com aproximadamente 30 anos, já uma atriz de carreira nacional que volta a Londrina pela primeira vez como protagonista de uma grande peça. Por fim, ela ressurge aos 60 e poucos anos, agora como atriz consagrada que faz um monólogo em defesa da arte. Entremeando esta narrativa, teremos diversas performances que prestam homenagem a diferentes expressões artísticas que ocupam, há décadas, o mais importante aparelho cultural de nossa cidade”, explica o diretor Auber Silva, que também assina o roteiro do curta-metragem. 

Ele conta que a ideia inicial surgiu em 2013, no ano seguinte ao incêndio que destruiu o Ouro Verde. “Queríamos rodar essa história em meio aos escombros, ao que restou da estrutura, que é um patrimônio histórico, cultural e arquitetônico do nosso país. Queríamos trazer um pouco de vida ao então esqueleto do prédio que leva assinatura do arquiteto Vilanova Artigas e teve execução do engenheiro Rubens Cascaldi, dupla responsável pela arquitetura modernista de Londrina”, afirma. O projeto, no entanto, ficou parado até 2019, quando foi aprovado em um edital para produções audiovisuais do PROMIC, ainda com o título antigo, “Terceiro Sinal”. Com realização prevista para 2020, o curta-metragem teve sua pré-produção interrompida pela pandemia da covid-19, só sendo retomada no início do segundo semestre de 2021, diante de condições sanitárias mais favoráveis e seguras.

Produzido pela UABI Filmes, “Albedo” teve a participação de cerca de 50 profissionais da cidade, entre equipe e elenco, em suas diferentes etapas de realização, da pré-produção à finalização.

“Albedo” é o segundo capítulo de uma tetralogia em desenvolvimento. A primeira parte, o curta “Nigredo”, foi lançado em 2019 e teve circulação em festivais internacionais de Argentina, Colômbia e Espanha, entre outros países, ao longo dos últimos anos. 

“Albedo” é um termo da alquimia que significa “esbranquiçado”. Foi adotada pelos alquimistas para designar o segundo estado de um processo de purificação. É precedida pelo estado “nigredo” (morte espiritual), título do primeiro curta; e sucedido pelo “citrinitas” (despertar) e “rubedo” (iluminação).

Assinatura: O projeto circulasons – 70 anos do Cine Teatro Ouro Verde tem o patrocínio do PROMIC – Programa Municipal de Incentivo à Cultura. Apoio: Casa de Cultura da UEL, Rádio UEL FM, Visualitá.

Realização: TOCA arte ação criação; FAUEL – Fundação de Apoio ao Desenvolvimento da Universidade Estadual de Londrina

Curadoria: Janete El Haouli

Produção: Janete El Haouli e Fabrício Polido 

Programação

Série Radiofônica

Data: 12 a 16 de dezembro

Horário: 12h e 16h na Rádio UEL FM (107,9 MHz e www.radio.uel.br)

Produção e apresentação: Patricia Zanin e Tony Hara

Palestra: Cine Teatro Ouro Verde 70 anos: O palco da cidade e a graça de viver

Data: 15 de dezembro

Horário: 19h

Com Patricia Zanin e Tony Hara

Local: Cine Teatro Ouro Verde

Entrada gratuita

Exibição do filme Albedo

Direção Auber Silva

Data: 15 de dezembro

Horário: 20h30

Local: Cine Teatro Ouro Verde

Entrada gratuita

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, deixe o seu comentário!
Por favor entre com seu nome aqui