Início Cultura Tem “Relicário do Choro” neste domingo no Bar Valentino

Tem “Relicário do Choro” neste domingo no Bar Valentino

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O Clube do Choro de Londrina apresenta neste domingo, 27, o “Relicário do Choro”, um espetáculo de gala no palco do Valentino, com início às 20h. No uso comum da língua, “relicário” se refere a uma caixinha ou uma pequena bolsa de guardar preciosidades. No espetáculo do grupo musical, significa reunir e mostrar coisas de inestimável valor cultural do Choro brasileiro.

Osório Perez, músico e coordenador do grupo, explica que “essa apresentação é um apogeu vivido pelo Choro na cidade. Temos tocado muito, em espaços os mais diversos, e ensinado a tocar, agora inauguramos levar o choro para o palco, numa apresentação mais aparada e renovada na instrumentação”.

O Choro é a melhor tradução da formação musical brasileira, na opinião de muitos especialistas. Osório Perez troca em miúdos o modo como se formou essa tradição: “No Choro, aprendemos a tocar em grupo. Uma coisa é você tocar sozinho Villa Lobos em casa, no violão. Outra coisa é tocar numa roda de choro, com a exigência da interpretação integrada e do improviso”, expõe o músico.

“Relicário do Choro” será um espetáculo em que estarão reunidas a história e renovação. Serão tocados instrumentos típicos no século XIX, como o sousafone, o trombone e o bombardino, os que se tornaram comuns nos regionais que vieram depois, como o violão 7 cordas, o bandolim, o clarinete, o cavaquinho e percussões, e, ainda, instrumentos mais exóticos no Choro, como o cello e a trompa. No repertório estarão 12 composições significativas, entre Choros animados, valsas e choros apoteóticos. Desde o clássico Ernesto Nazareth,  passando por Pixinguinha com “Dominante” e “Sedutor”, que não estão entre os mais conhecidos do grande compositor e por isso se tornam preciosos de ouvir. “Caminhando”, composição do sambista Nelson Cavaquinho, vai dar testemunho de que samba e choro são mesmo primos muito próximos. O público poderá apreciar arranjos e participações especiais de metais, tanto para “Sedutor” de Pixinguinha como para “O Bom Filho à Casa Torna”, de Bonfiglio de Oliveira e “Tenebroso”, de Ernesto Nazareth.

Vão estar no programa composições dos chorões da atualidade, como Maurício Carrilho e Hamilton de Holanda. De Roberto Guerra Neto, o saudoso Robertão, fundador e por muitos anos líder do Clube do Choro de Londrina, será executando o choro “Marlene”, de sua autoria. O Clube do Choro quer também brindar o futuro, encantando o público com a execução do Choro “Paçoca”, composição de Maurício Carrilho, tendo a participação de Manu Midori na flauta doce. Manu tem apenas oito anos e é convidada especial nesta roda, demonstrando que o tempo não para e os talentos se renovam.

O QUE SOBE AO PALCO TEM HISTÓRIA

O Clube do Choro de Londrina foi fundado em 1976, reunindo Robertão, Cabeção, Albertinho 7 Cordas, Ditinho e o psiquiatra Dr. Roberto, com o apoio de amantes dessa boa música, como o jornalista Edilson Leal e o medico José Luis da Silveira Baldy, ambos pesquisadores da música brasileira.

Por quase 10 anos entre 1964 e 1973, o grupo tocou choros e serestas na TV Coroados, a pioneira emissora londrinense de TV, afiliada da Globo, em horário nobre aos sábados à noite. Também manteve a prática da roda, em lugares diversos. Por 10 anos, de 2005 até 2015, com Londrina vivendo o boom de espalhar a cultura em pontos diversos da cidade, lá estava o Clube do Choro, realizando um generoso circuito de apresentações.

Osório Perez explica a longevidade e versatilidade do Clube por sua abertura a incorporar novos músicos, deixando aberta a participação de quem quiser aderir aos momentos de troca na musicalidade das rodas. “Não somos um grupo fechado com número fixo de pessoas. Com isso, a gente ganha fluidez, dinamismo, diversidade de sons, de instrumentos e de expressões musicais”.

Outro ponto que marca atualmente a atividade do Clube do Choro é a oficina gratuita mantida no Colégio Anchieta para o ensino de música, todas as terças-feiras. Dela participam pessoas de diferentes idades e conhecimentos musicais. “Na oficina tem gente que nasceu em 81, como eu, gente que nasceu em 90 e gente que nasceu em 2012. O que significa termos todas essas gerações? Significa que podemos ouvir e aprender outros
ritmos, que não se limitam àqueles alimentados pela indústria cultural”, conclui Osório Perez.

SERVIÇO:
Os convites para o espetáculo “Relicário do Choro estão à venda, por R$ 15,00, pela plataforma Sympla, no link: bit.ly/relicariochoro.

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