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ECOH e Casa da Vila celebram as histórias afro-indígenas

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Casa de Axé Àṣé Ọyá Funjó [Axé Oiá Funjó] convidará o público a dançar ao som de cantigas do Candomblé, (foto: Valéria Felix)

A Vila Cultural Casa da Vila, localizada na histórica Vila Brasil, abre as portas das 16h às 21h, no domingo (17), para um programa diversificado que presta homenagem ao conhecimento ancestral e às tradições afro-brasileiras e indígenas. “Celebração das Histórias Afro-indígenas” será um evento festivo, realizado em parceria pelo Encontro de Contadores de Histórias de Londrina (ECOH) e Casa da Vila. Será na Rua Uruguai, 1.656.

A classificação indicativa é livre e o evento é gratuito, mas quem quiser pode fazer doação de qualquer valor, via Pix, para apoiar o projeto. A chave Pix é o e-mail da vila cultural londrinacasadavila@gmail.com. A inciativa é realizada pelo Instituto Cidadania e conta com patrocínio da Prefeitura de Londrina, por meio do Programa de Incentivo à Cultura (Promic).

Bibliotecas da Vila

As atividades começam com a comemoração pelo Prêmio Pontos de Leitura, do Ministério da Cultura, concedido à Biblioteca Preta, criada e coordenada pelo rapper Leandro Palmerah, e que faz parte da vila cultural desde 2022. A premiação é um reconhecimento do impacto positivo da biblioteca na promoção da leitura e no acesso à cultura na comunidade.

Além disso, o evento marca a inauguração do Acervo da Biblioteca Temática dos Povos Originários, que recebeu doação de 120 livros da antropóloga, pesquisadora e professora aposentada da Universidade Estadual de Londrina (UEL), Kimiye Tommasino. A equipe do Centro de Memória e Cultura Kaingang, grupo indígena que se dedica a registrar e salvaguardar a memória de seu povo, conduzirá uma roda de conversa sobre a rica herança cultural dos indígenas do norte do Paraná, uma oportunidade de aprendizado para todos os interessados no tema.

A programadora da Vila Cultural Casa da Vila, Fernanda Nasser, comemora a conquista. “São dois presentes neste fim de ano. O prêmio para a Biblioteca Preta, que nos deixa muito entusiasmados para continuar o trabalho, e o acervo incrível da professora que é tão próxima e se dedicou tanto a pesquisar os povos originários da nossa região. Estamos muito felizes”, disse.

Contação de Histórias

A programação continua com a apresentação da atriz, professora de teatro e contadora de histórias, Edna Aguiar, dedicada à pesquisa e narração de histórias afro-brasileiras. Ela vai contar “Oyá se transforma em borboleta” e “O presente de Osún”.

O convidado para narrar histórias indígenas é João Maria Rodrigues, o Tapixi, grande liderança entre os Kaingangs e que hoje mora na Terra Indígena Apucaraninha. Aos 82 anos, Tapixi, vai contar um pouco do cotidiano nas aldeias da região quando ele era criança.

Capoeira

O público terá oportunidade de participar de uma roda de capoeira com integrantes do Centro Esportivo de Capoeira de Angola coordenado pelo professor de capoeira Marcelo Ricieri Pinhatari.

O grupo foi o primeiro a ocupar a Vila Cultural Casa da Vila, em 2007, e oferece aulas regulares de capoeira para diferentes faixas etárias. O projeto nasceu como forma de democratizar a arte da capoeira e combater o preconceito que ainda pesa sobre ela.

Sire Orin – Cânticos Sagrados Nagô

Para encerrar a programação com muita alegria, a Casa de Axé Àṣé Ọyá Funjó [Axé Oiá Funjó] convidará o público a dançar ao som de cantigas do Candomblé, gravadas no álbum Sire Orin [Xirê Orin]. O trabalho, disponível em plataformas como o YouTube e Spotify, é resultado de um processo de aprendizado na comunidade religiosa fundada em Londrina.

“O Candomblé, sendo uma religião de tradição oral, envolve o aprendizado de cantigas e aduras (rezas) em Iorubá, mas nem sempre há uma segurança na pronúncia ou tradução do idioma africano. Para superar essa barreira, desenvolvemos um processo pedagógico, estudando as letras das cantigas do Ṣire [xirê], que é a primeira parte das cerimônias públicas do Candomblé, quando cantamos homenageando as divindades. O resultado foi uma compreensão mais profunda e a gravação do álbum. No domingo, convidamos todos a participar de uma roda com música e dança para viver um momento de axé (benção) no encerramento do ano”, ressaltou Isabela Cunha, assistente de produção do grupo.

Mais informações podem ser obtidas nos canais: ecoh.art.br; instagram.com/ecohpr; e facebook.com/EcohPr.
O ECOH é uma realização do Instituto Cidadania e, assim como a Casa da Vila, tem patrocínio do Programa de Incentivo à Cultura (Promic) da Prefeitura de Londrina.

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